Claudio Marcio de Castro está prestes comemorar seus 41 anos de vida. E amor à vida, não lhe falta. Ele é daqueles que já nasceram de novo...
Até junho de 2003, seu negócio era trabalhar com gráfica, vendendo banners e carimbos. Um dia, estava no centro de São Sebastião, quando foi abordado por Marcelo:
- Com licença, bom dia, tudo bem? Quero falar com o senhor. Eu sou do Posto, ali da Praia das Cigarras... – e assim a proposta e a causa da Solidar lhe foram apresentadas.
Impressionado, quis saber mais e veio ao posto conversar com Telo. Tanto falaram que em menos de uma semana já estava por aqui. Logo no seu primeiro dia, todos ficaram impressionados com a sua habilidade na pista.
Achou que poderia dar conta da gráfica e das bombas, mas não demorou a perceber que o Posto de Serviço a Próximo, não era um simples trabalho. Era uma história de vida. Apaixonou-se pela causa à primeira vista. Foi descobrindo o poder de abastecer a alma das pessoas.
Quando entrou, havia comentado sobre uma cirurgia que deveria fazer e que o deixaria de molho por pelo menos um mês. Tudo bem. Ele foi, operou e se apaixonou. Agora não pela causa, mas por Irany, uma morena alta e linda. Logo juntaram os trapos e tempos depois, Irany veio também ser colaboradora da Solidar, mas esta é outra história...
Pergunto a ele o que significa trabalhar neste lugar – e chegar a sócio, como chegou recentemente (sem contar que hoje ele cursa o LAV para se tornar um Líder de Alto Valor!). Claudio responde que já foi um sujeito tão baixo astral que se uma mosca o picasse, caía morta! Sem contar o dedo que trincou ao bater a mão na mesa, numa discussão que teve com Telo. Haja Conversa de Valor!
Claudio tornou-se cadeirante aos 19 anos. Ele morava em São Sebastião e ao reagir instintivamente a um assalto, foi baleado nas costas, com dois tiros. Era a noite de 16 de agosto de 1989.
Ficou meses hospitalizado. Viu gente morrer ao seu lado, sentiu medo. Quando teve alta, foi obrigado a morar com a mãe. Passou pela fase da revolta (por que comigo?), sentiu-se um coitadinho (auto-piedade) e descobriu que podia retomar sua vida. Voltou a estudar, foi um agente de transformação da escola (que passou a oferecer acessibilidade), participou ativamente de uma associação voltada aos portadores de necessidades especiais e convenceu a mãe de que queria voltar a morar em São Sebastião. Em 1996, morou com o irmão por um tempo curto e logo alugou um quartinho. Logo foi para um espaço maior, reconquistando sua autonomia.
São muitas vitórias e lições: “Nunca podemos deixar a cabeça ocupada com desânimo e fraqueza, senão nosso destino passará por vícios e remédios. Temos sempre que buscar novos interesses e aprendizados, pois a vida nos foi dada para ser BEM VIVIDA”.
Viva o Claudio!