segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Willians: uma história de transformação!

Willians José da Silva tem 25 anos e nasceu na Ilhabela. Sua família faz parte da legião de mineiros que vieram para São Paulo ganhar mundo. É boneteiro, neto de uma avó meio índia Foi criado livre e descalço na Barra Velha, onde cresceu tomando banhos de cachoeira e comendo muita banana verde com peixe.

Aos 4 anos, seu pai saiu para comprar um gás e não voltou. Mas como a vida tem altos e baixos, aos 6 anos ele descobriu o que era sorvete e bicicleta, aos 7 ganhou seu primeiro par de kichute para ir à escola e tudo isso sempre tendo um cobertorzinho azul como companheiro!

Quando seu padastro conheceu sua mãe, o amor tilintou - é, aquele famoso som de sino que faz nosso coração disparar - e dia após dia, uma nova família foi se formando, consolidando-se com a chegada de mais um irmãozinho, o sexto filho de Dona Izaete.

Izaete sempre foi uma mãe amorosa e trabalhadora. Foi caixa de supermercado, trabalhou em um restaurante, foi faxineira, trabalhou em um banco, fez que fez até comprar uma casinha no Perequê Mirim. Willians tinha 15 anos e foi nessa época que vivendo no bairro começou a sofrer forte influência de más companhias. Diga-se de passagem, bem más...

Aos 20 anos, se achava um "malandro", descolado, tirava uma boa grana no seu "ramo". E como quem vive assim tem vida curta, se permitia cometer alguns excessos e vivia apaixonado por várias gatinhas. Quando ele conheceu Gabrieli, se apaixonou por ela também. E, entre uma noitada e outra, na noite de 19 de janeiro de 2007, "viajandão" pegou a moto e saiu com um amigo na garupa. Perdeu uma perna ao encontrar pelo caminho uma carreta.

Ao todo foram 3 meses de internação, sendo 30 dias na UTI. Gabrieli o visitava diariamente e nesse período ele comeu muita torta de frango... Quando recebeu alta do hospital, ela não saiu mais do seu lado e foi assim que chegou o Pablo, filho do casal, hoje com 2 aninhos.

No começo de 2009, Fernando, um conhecido - que sofrera um acidente nas mesmas condições e também usa uma prótese - há tempos observava Willians e sabia bem que tipo de vida era aquela. Por isso, o convidou a trabalhar na Solidar. Sem ter nada a perder, ele topou.

Aqui teve um batalhão de entrevistas para fazer. Conversou com muita gente e ficou acertado que ele começaria a trabalhar na Convivência. E o dia que Jorginho o conheceu, deu um jeito de levá-lo para a Cuidados e Serviços. Foi então que Willians despertou para a vida e também passou a fazer diferença na Ducha!

Acolhido pelos novos colegas, hoje grandes amigos, e descobrindo a riqueza da Solidariedade, da Humildade e Simplicidade, da Excelência, da Justiça e Igualdade, ele fala de seus sonhos:

- Quero que todos cresçam muito! Imagina a gente se falando, cada um de um novo posto SOLIDAR, marcando um churrasco num domingão, para colocar o assunto em dia!

E ele continua, dando sinais que sua boa ambição passa pelo Amor ao Próximo:

- A gente tem que crescer sem esquecer que devemos julgar as pessoas mais pelo que podem ser do que, simplesmente, pelo que já foram...

Siga em frente, Willians! E siga conosco, mostrando que sempre é tempo de despertar e tomar a vida nas próprias mãos. Basta desejar, decidir e agir. Que seu exemplo inspire muitas outras realizações! Transformando a si próprio você descobriu o poder de transformar o mundo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Êva conhece o valor da Solidariedade!

Availdo Rodrigues de Alcântara nasceu no dia 20 de janeiro de 1979, na cidade mineira de Teófilo Otoni. Aos 8 anos, veio morar com as irmãs, em Caraguatatuba.

- Nasci em Minas, mas sou naturalizado caiçara! – brinca Êva, como é chamado pelos amigos.

Com a família, o garoto foi aprendendo bem as tarefas de caseiro – cuidava do jardim e da piscina - até que conheceu um senhor, dono de uma casa em Martins Sá, com quem trabalhou por 10 anos.

No Réveillon de 2005, Êva foi visitar uma das irmãs que estava morando em Juquehy. Na praia, conheceu uma garota e se apaixonou à primeira vista. Acreditem ou não, ela era irmã do seu cunhado. Enfim, as promessas do príncipe encantado seduziram a moça a ponto dela acreditar e, depois de uma semana, ir bater na porta da casa dele, de mala e cuia:

- Eu estava trabalhando no jardim quando vi um taxi parar no portão e uma mulher descer cheia de coisas. Eu nem tinha reconhecido ela, mas quando me dei conta, estava “casado” – relembra, rindo, mas com um quê de nostalgia, já que estão recém separados.

Foi fazendo escolhas na vida... Depois do trabalho como caseiro, foi fazer uns bicos e trabalhou como eletricista, frentista, pedreiro. Um dia, quase perdeu uma das mãos num terrível acidente de trabalho – sem contar os acidentes de moto. Era muito pouco valorizado. Seu ex-patrão, sempre o acompanhou à distância, e foi ele quem deu a dica para a SOLIDAR contratar Êva.

- Eu estava trabalhando como um animal, num sol a pino, me matando, para ganhar 15 reais, quando meu celular tocou e era a Mary. Conversamos – Êva adora conversar – e ela disse “você começa amanhã!”.

Chegando no Posto de Serviço ao Próximo, ele foi acolhido por Jorge – a quem chama de “meu líder inspirador” – e por toda a equipe da ducha, na Cuidados e Serviços. A solidariedade experimentada foi tamanha, que os sonhos para o futuro são ambiciosos!

- Quero ser um consultor da SOLIDAR e dar palestras, para levar para as pessoas de fora, o que aprendi aqui!

Êva, que sua determinação e seu entusiasmo te façam cada dia mais forte!

sábado, 14 de agosto de 2010

Bob: Laço Forte!

Luiz Alberto Cavalheira – o Bob - tem 21 anos e muita história para contar. Nasceu em São Paulo onde até 2007 atuava na área de turismo de aventura. O que o motivou a sair do ramo foi a atraente proposta que recebeu de um conhecido, para trabalhar numa livraria em São Sebastião. Não foi fácil deixar a avó e a mãe para trás, mas ele decidiu mudar-se para o litoral!

Um dia, nessa mesma livraria, conheceu Marcelo que lhe chamou a atenção pela forma de conversar e de como agradeceu a um simples favor:

- Obrigado, viu! Eu sou o Marcelo, ali do Posto da Cigarrras. Muito obrigado e se você precisar de alguma coisa, qualquer dia, pode me procurar!

Aquela frase o marcou profundamente – afinal, não é todo dia que encontramos gente assim. Poucos meses depois, por conta de um desentendimento Bob deixou seu emprego e, sem rumo, desacreditado da vida, decidiu procurar por Marcelo, que não hesitou em lhe oferecer trabalho na loja da Convivência.

Chegando aqui, ficou surpreso por ninguém fazer cara feia para sua chamativa cabeleira rastafári. Mas, seus drads lhe renderam o apelido “BOB”, de Bob Marley. A esta altura, ele já tinha entrado para a equipe da Cuidados e Serviços, na ducha. O convívio com os colegas e a forma como foi acolhido mudou sua vida:

- Aqui aprendi a ser um homem de verdade. Jorge, Fernando – e todos – me fizeram sentir capaz! Fui novamente acreditando em mim e na vida. Descobri que em conjunto, unidos, podemos crescer muito – conta Bob.

As transformações internas e o amadurecimento refletiram no visual. As madeixas cultivadas por 8 anos foram cortadas e ao invés de perder sua força como na história de Sansão e Dalila, a energia foi renovada. Junto chegou Nurya que era cliente da Solidar, tornou-se uma paquera e hoje é sua namorada. Nesse processo também começou sua busca espiritual:

- Descobri que às vezes, a gente precisa de algo maior para ficar em paz. Está me fazendo muito bem! – diz ele, ao comentar sobre suas idas à missa aos domingos.

Para Bob, o Posto de Serviço ao Próximo é uma espécie de família:

- Tudo que consegui, foi a Solidar que me ajudou. Ajudou bastante! Nos momentos difíceis essa gente daqui tem laço forte...

E tem mesmo. São laços assim que tornam realidade a nossa causa de despertar vidas e servir ao Próximo.

Bob, que eles se fortaleçam cada vez mais!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Adriano vive intensamente a Solidar!

Adriano Silveira é paulistano e tem 37 anos. O ritmo de vida que levava na Capital, como vendedor de uma famosa concessionária, não fazia bem à sua saúde, principalmente por conta de seu transplante do pâncreas.

Os pais de sua esposa já eram moradores da Praia da Cigarras e foram os maiores incentivadores para que ele e Úrsula mudassem para São Sebastião, em 2006. Seu maior sonho é um dia poder trazer sua mãe para morar por perto.

Foi no final de 2007, através da indicação de um amigo, que num sábado, Adriano conheceu Marcelo. A entrevista começou... Pergunta vai, pergunta vem..

- Mas para você, este trabalho é temporário, não é? – indagou Marcelo.

Adriano, que já tinha percebido a grandeza da causa do Posto de Serviço ao Próximo, não hesitou em responder:

- É temporário sim. Mas, do jeito que simpatizei com a causa, posso passar uns 35 anos do seu lado...

Os dois riram. Adriano estava contratado! Emocionado - com lágrimas nos olhos - conta o quanto foi importante a paciência de todos:

- Eu era desesperançado pela vida, era extremamente defensivo. Fui aos poucos mudando e resgatando meu lado humano. Hoje, o que posso fazer é ajudar outras pessoas como fui ajudado. Sou realizado no meu trabalho e quero dar seqüência ao que comecei aqui. Tenho a Solidar nos meus planos, em qualquer área que eu esteja.

Adriano já contribuiu nas unidades de negócio Cuidados e Serviços, Energia e agora está como líder da Convivência. Como adora cozinhar - e servir – está radiante com o novo desafio.

Nos dias de folga, se não está descansando, pega sua moto e vem passear no Posto. Foi assim que foi convidado a participar como “ouvinte” das reuniões de liderança, até que um dia, apareceu uma oportunidade. Prestes a participar do programa de formação de Líder de Alto Valor – o LAV – ele mal consegue disfarçar sua ansiedade em aprender cada vez mais.

Adriano vive intensamente a Solidar. E a Solidar conta imensamente com Adriano!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Zilda: aprendizado diário!

Zilda Pereira de Souza nasceu pelas mãos de uma parteira e cresceu na zona rural da cidadezinha de Conceição de Piancó, no interior da Paraíba.

Com um aninho de idade, foi vítima de paralisia infantil que a deixou com o pé torto.

Quando tinha 13 anos, soube que havia uma menina na cidade, que iria para outra cidade onde havia um médico que fazia cirurgias ortopédicas. Sem titubear, deixou claro que também queria se consultar. Chorou até o pai concordar. Zilda foi levada no lombo de um jegue...

Ao ser examinada, um rasgo em sua coxa chamou a atenção: a garota tinha caído numa cerca de arame farpado:

- Você estava correndo atrás das vacas? – perguntou o médico, brincalhão.

Depois de levar 14 pontos, Zilda teve que voltar para casa e só depois de sarar da perninha, poderia ser operada. Decidida, voltou! Tudo que mais queria era poder andar melhor.

Sua coragem foi tanta, que ela passou mais de mês sozinha no hospital. Enfrentou as dores bravamente, além do incômodo de três meses de gesso. Depois, teve de reaprender a andar. O resultado de tanta determinação, valeu!

A menininha cresceu e quando alcançou a maioridade, veio - incentivada pelos tios - buscar em São Paulo a possibilidade de uma vida melhor. Foi assim que chegou a São Sebastião, onde trabalhou como babá e depois como copeira de uma pousada.

A vida seguiu. Ela casou e separou e foi morar sozinha. Foi então que conheceu a Kall que já trabalhava na Solidar. Indicada pela amiga, veio e fez três entrevistas:

- Achei que esse pessoal só queria saber de conversar! – rindo ao lembrar.

Sem sentir muita confiança na contratação, foi visitar a família na Paraíba. Chegou lá e logo recebeu a ligação falando que a vaga era sua. Quarenta dias depois, em 2004, ela entrou para a equipe do Posto de Serviço ao Próximo.

Aos 38 anos, a mãe de Fábio e do pequenino Douglas sonha em encontrar um novo companheiro, formar uma nova família. Enquanto isso, aproveita as folgas para cuidar dos filhos e do lar.

- Aqui aprendi bastante e continuo aprendendo. Eu era muito acanhada, mais do que sou hoje. Mas, a cada dia eu aprendo algo novo, como respeitar as pessoas, lidar com o público, atender bem. E quando chego aqui, me sinto feliz. Quando fico em casa, fico louca para vir trabalhar! – fala achando graça.

Zilda aprende, mas gente com tanta garra e simpatia tem muito a ensinar! Obrigada!