Por Regina Magalhães
A tarde é de outono, mas a natureza generosa nos presenteia com o céu azul perfeito e o calorzinho do sol aquece na medida. São duas da tarde. Uma obra na pista interrompe o fluxo de carros por duas horas. Ao invés de desperdiçar o tempo, a unidade de negócios progressistas ENERGIA está reunida.
O cenário atual do SOLIDAR é curioso. As bombas de combustível são novinhas, mas a equipe já é para lá de experiente. Há um quê de inacabado, em meio ao canteiro de obras que incomoda o olhar. Escolho erguer os olhos para fitar a doce montanha que nos rodeia.
Sem querer incomodar, cumprimento todos e fico mais distante, observando e aprendendo com o sorriso de Arlindo, a atenção de Luiz, a falante Gabriela, o comprometimento de Neizinho, a concentração de Sidney, a gratidão de Susan, a presença de Murillo, a condução de Adriano e a garra de Claudio. Estão ali, presentes, atuantes. Não encontro Benê, Rui, Gilvanio e Irany. Para estes, hoje o dia é de folga, de férias, de descanso.
- Afinal, me desculpem, mas que reunião é esta? – não resisto e pergunto.
- É a nossa reunião de Corpo, Mente e Alma. Serve para colocar os pingos nos iiiiis e para falar dos indicadores dos nossos Metaprojetos – responde Claudio, que lidera a ENERGIA em parceria com Adriano
- Quantos e quais são?
- São 3 principais: Acolhimento, Beleza e Caixa. E recentemente começamos o projeto dos Aditivos – continua Claudio.
Vou, sem dar conta, me aproximando do círculo. Deve ser a ENERGIA que me atrai. Me policio para ficar em silêncio. Os temas são discutidos. Embora os processos, ou Metaprojetos existam, Adriano propõe que sejam reescritos e depois comparados, para que sejam evidenciadas as atualizações necessárias.
No ABC da pista, o Acolhimento recepciona os clientes, indicando qual a bomba disponível ou de melhor acesso. Nada de deixar cliente perdido! Mas não é só indicar aqui ou ali. É preciso estar atento e desejoso de receber o rei cliente! É como ficamos em casa, ao saber que vamos receber uma pessoa querida. Atentos!
Aí vem outro pessoal que diz:
- Olá, Beleza? Gasolina Comum, Aditivada ou Etanol? E Aditivo?
Aqui toda atenção é pouca. O cliente confia as chaves para que o carro seja abastecido. É preciso servir e marcar num papelzinho o consumo em litros e em reais e entregar ao Caixa o papel e a chave. Concentração nos números e processos, sem deixar o cliente de lado. Também não vale gritaria, não é para ser feira.
O Caixa, então, trata de administrar o funcionamento das maquininhas, o preenchimento dos talões de nota, o pagamento em dinheiro, o troco, o valor do consumo, ufa! Qualquer distração compromete o fluxo de toda uma cadeia. Salve a virtude da Atenção!
Em outra frente, enquanto o cliente está parado, é momento de Cuidar e Servir.
- Vamos checar a frente, verificar o óleo e a água? Vamos lavar o carro?
Até aí tudo bem. São serviços. Mas então vem o detalhe:
- Aceita um cafezinho? E uma torradinha?
Entra aqui o olhar que transcende os automóveis. Aflora o prazer de servir ao ser. Da modesta cozinha da Convivência, saem o café e as torradas, com gosto de Amor ao Próximo, Humildade e Simplicidade, Solidariedade, Justiça e Igualdade, Excelência. A alegria em servir é que faz tudo ficar mais saboroso.
É também importante cuidar da Beleza. Dos detalhes, da limpeza do piso ao teto, passando pela manutenção das bombas e de uma florzinha, aqui ou ali. É preciso zelar pela ordem. Afinal, o Solidar é como o segundo lar para estas pessoas!
A reunião vai se encerrando. Cada colaborador fala sobre seus sentimentos. O grupo é chamado à responsabilidade de aprender a linguagem dos sinais para incentivar a participação e maior inclusão de Murilo, um surdo-mudo de olhar expressivo. Até eu me proponho a fazer a lição de casa.
A estrada é liberada. É hora de voltar à ação. Despeço-me com o olhar transformado e declaro meu desejo de contribuir. No caminho de volta, sinto a brisa da tarde de outono. Meu coração segue grato. Estou ENERGIZADA! É o efeito SOLIDAR!